domingo, 23 de agosto de 2009

BIOGRAFIA - Chico Buarque de Hollanda

CHICO BUARQUE DE HOLLANDA - BIOGRAFIA

No dia 19 de junho de 1944, nasceu, no Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda. A família logo se muda para a rua Haddock Lobo, em São Paulo, em 1946. Ao partir de viagem para a Europa, se despediria da avó com um profético bilhete: "Vovó, você está muito velha e quando eu voltar, eu não vou ver você mais, mas eu vou ser cantor de rádio e você poderá ligar o rádio do Céu, se sentir saudades".

Em 1959, já mostrava um grande interesse pela música. Além dos sambas tradicionais de Noel Rosa, Ismael Silva, Ataulfo Alves, também ouvia canções estrangeiras. Seu sonho, na época, "era cantar como João Gilberto, fazer música como Tom Jobim e letra como Vinícius de Moraes". É deste ano sua primeira composição de que ele se lembra, “Canção dos Olhos.”

Em 1964, apresenta-se pela primeira vez em um show, no Colégio Santa Cruz, cantando “Canção dos Olhos”. A música “Tem Mais Samba” também é desse ano e o show de TV então era O Fino da Bossa, onde se apresentavam, entre outros, Alaíde Costa, Zimbo Trio, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Nara Leão, Sérgio Mendes e Os Cariocas. No auditório do Colégio Rio Branco, Chico mostra a sua canção ”Marcha Para Um Dia de Sol”. Em 1965, é lançado seu primeiro compacto com “Pedro Pedreiro” e “Sonho de Um Carnaval”, sua primeira música inscrita em um festival, o da TV Excelsior. A canção defendida é depois gravada por Geraldo Vandré e não se classifica. O primeiro lugar vai para Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, interpretada por Elis Regina.

No João Sebastião Bar, reduto paulista da bossa nova na época, conhece Gilberto Gil. Nesse mesmo ano, conhece Caetano Veloso, que se entusiasmara ao ouvir Chico cantando “Olê, Olá” num show estudantil. Em 1966, “A Banda” divide com “Disparada”, de Théo de Barros e Geraldo Vandré, o primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Record.

Mesmo morando no Rio, continua mantendo vínculos com São Paulo, onde passa a gravar, ao lado de Nara Leão, o programa musical “Pra Ver a Banda Passar”, da TV Record. “Carolina” fica em terceiro lugar no II FIC - Festival Internacional da Canção - promovido pela Rede Globo. “Roda Viva’ também se classifica em terceiro no III Festival da MPB, promovido pela TV Record.

Em 1968 vence o Festival Internacional da Canção, com “Sabiá”, feita em parceria com Tom Jobim, com quem compõe, no mesmo ano, “Pois É” e “Retrato Em Branco e Preto”. Em janeiro de 1969 deixa o Brasil e se apresenta na grande Feira da Indústria Fonográfica, em Cannes, na França. Parte depois para um auto-exílio na Itália.

Retorna ao Brasil em 1970 e afasta-se do samba tradicional, variando mais a linha das composições e revelando novas influências como a toada, em “Rosa dos Ventos”, o “Iê-iê-iê italiano” com “Cara a Cara”, e o protesto político com “Apesar de Você”. Em abril de 1975 é vetado integralmente pela censura seu samba “Bolsa de Amores”. Rompe com a TV Globo e cancela sua inscrição, junto com outros convidados, no VI Festival Internacional da Canção, em sinal de protesto contra o fato de a emissora criar uma inscrição especial para que os mais famosos não precisassem passar pelas fases eliminatórias.

Em 1972, compõe quase todas as músicas do filme “Quando o carnaval chegar”. Voltaria a fazer músicas para mais dois filmes de Cacá Diegues: “Joanna, a Francesa”, em 1973, e “Bye Bye, Brasil”, de 1979. Em 1973, a música “Cálice”, feita em parceria com Gilberto Gil, é proibida pela própria Phonogram. Com medo de represálias, a gravadora desliga os microfones do palco e impede Chico e Gil até mesmo de tocarem a melodia da música.

Em 1972, a censura proíbe a capa do disco “Chico Canta”, com as músicas da peça “Calabar”. Para driblar a censura, cria o personagem heterônimo Julinho da Adelaide. A artimanha dá certo e as canções “Acorda, Amor”, “Jorge Maravilha” e “Milagre Brasileiro” passam sem grandes problemas pela censura. Julinho da Adelaide concede ao escritor e jornalista Mário Prata uma longa entrevista para o jornal Última Hora. O público só tomaria conhecimento da verdade por meio de uma reportagem publicada em 1975 pelo Jornal do Brasil.

Em 1975, resiste às tentativas dos que querem transformá-lo em um símbolo da luta política contra o regime militar. Em 1976, compõe “O Que Será”, para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. Sai o disco “Meus Caros Amigos”.

Em 1978, estréia a peça “Ópera do Malandro”. No mesmo ano, ganha o Prêmio Molière como melhor autor teatral pelo seu trabalho em “Gota d´Água” e lança o LP Chico Buarque 1978, e “Chapeuzinho Amarelo”, o primeiro livro infantil de sua autoria, ilustrado por Donatella Berlendis, além do álbum duplo “Ópera do Malandro”.

Em 1980, lança o LP “Vida”, que traz, entre outras, a música “Eu Te Amo”, feita especialmente para o filme homônimo de Arnaldo Jabor. Lança ainda os discos: “Almanaque” e “Saltimbancos Trapalhões”. Em 1982, em parceria com Edu Lobo, compõe as canções para o balé “O Grande Circo Místico”, que seria lançado em disco no ano seguinte.

Em 1983, compõe o samba “Vai Passar”, que no ano seguinte se tornaria uma referência na campanha pelas Diretas Já, da qual participa ativamente. Lança o disco Chico Buarque 1984. Em 1986 comanda, ao lado de Caetano Veloso, o programa de televisão "Chico e Caetano", que permaneceu por sete meses na programação da Rede Globo. Em 1987, lança o disco “Francisco” e volta aos palcos dirigido por Naum Alves de Souza. Em 1989, lança o disco Chico Buarque.

Em 1992, lança seu primeiro romance, “Estorvo”, publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o Prêmio Jabuti de Literatura e vende 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote. Em 1995, escreve o segundo romance, “Benjamim”, que, lançado em 1995, recebe críticas desfavoráveis de parte da crítica literária, não obstante o sucesso de vendas e os elogios de grandes nomes da literatura.

Em 1997, participa do disco Chico Buarque de Mangueira, com regravações de clássicos dos compositores da escola e com duas canções inéditas (Levantados do Chão e Assentamento) e, em 1998, é o homenageado no desfile em que a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval de 1998. De Paris, escreve artigos para os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo durante a Copa do Mundo. O CD “As Cidades”, com sete canções inéditas e quatro regravações, chega às lojas cinco anos depois de “Paratodos”. É seu primeiro trabalho lançado na Internet.

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